Bilbo Bolseiro, o protagonista da história, é um hobbit. Você definitivamente não faz ideia do que raios é um hobbit à esse ponto, e se souber vai ignorar todo seu amplo conhecimento a respeito deles, e ler a minha explicação, que é muito mais engraçada.
Hobbits são como pessoas, antes que você pense neles como sapos falantes. Eles são baixos (medem em torno de um metro), tem pés enormes e peludos, orelhas pontudas e cabelo encaracolado. Eles usam roupas largas e adoram acima de tudo comer, além de fumar, plantar etc. São pessoas muito pacíficas e calmas (para não dizer preguiçosas). Pouquíssimos hobbits saiam do Condado (o lugar onde eles vivem), e menos ainda saiam em uma aventura.
Martin Freeman como Bilbo em "Uma Jornada Inesperada"
Mas nosso Bilbo, embora de uma família consideravelmente rica de hobbits, não tem muita sorte em viver sua vidinha calma e pacificamente, que ele havia vivido muito bem até o ponto em que a história começa, que é quando Bilbo conhece Gandalf, um mago. Gandalf estava ajudando Thorin Escudo de Carvalho a reunir uma companhia de anões, para com ela roubar o tesouro de Smaug, um dragão (NÃO, não é como Game of Thrones), que um dia pertenceu ao tataratataratataratataravô de Thorin. Brincadeira gente, o cara era avô dele.
Os anões procuravam um ladrão para sua missão, e Gandalf os arranjou Bilbo - o mais inesperado ser de toda a Terra-Média para fazer qualquer coisa desse gênero.
Por pura e espontânea pressão, Bilbo foi convencido pelos anões a participar dessa aventura, o que eu achei um ato tão corajoso quanto estúpido da parte dele (se um dragão já seria enorme e assustador para você, que joga videogames de tiro e assiste História de Horror America, imagine como deve ser pra um carinha de um metro de altura cujo maior passatempo é tomar café da manhã). Mas, veja bem, a vida no Condado deve ser de certo modo entediante, e que passatempo melhor que roubar dragões, não é mesmo? Além de que alguns antigos parentes de Bilbo possuíam certa inclinação para aventuras, o que o faz não pensar nelas da mesma maneira detestável que a maioria dos hobbits pensa.
Apesar das partes improváveis do livro (que são também as que o deixam tão bom!), O Hobbit é de longe um dos melhores que eu já li - tem uma narrativa bem detalhada, porém não cansativa, a história é muitíssimo criativa e nem um pouco clichê, e tem personagens cativantes (embora o foco seja mais em Bilbo, você não pode deixar de se apegar aos anões, Gandalf...), além de uma aventura (ou seria uma subaventura? Como as pessoas chamam as aventuras dentro das aventuras?) emocionante atrás da outra. Chega um ponto que você fica com pena de ler, de tanto que você quer que o livro não acabe.
Observação: não leia esperando encontrar a história do filme, porque nesse ponto você vai acabar se decepcionando (apesar de se surpreendendo com o quanto o livro é melhor). Eu diria que a adaptação de O Hobbit é quase tão ruim quanto a de O Ladrão de Raios - o diretor adaptou trezentas páginas para três filmes de três horas, o mesmo tempo de filme que os de O Senhor dos Anéis, que são adaptados de três livros de quatrocentas páginas cada. Ou seja, Peter Jackson inventou muita coisa de fora do livro, como Tauriel, Galadriel, Sauron, Legolas, um triângulo amoroso... o que acaba realmente deixando o filme cansativo. Discordo com todas as mudanças feitas em relação ao livro, embora seja bom (e meio nostálgico) ver o gostoso lindo maravilhoso divino Orlando Bloom como Legolas novamente.
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